O último castigo da humanidade começou? Um exorcista responde

Don Gabriele Amorth: O grande castigo da humanidade já começou?

Pergunta: Reverendo Don Amorth, gostaria de lhe fazer uma pergunta que considero de grande interesse para todos os nossos leitores. Assistimos a grandes infortúnios, que se sucedem, em ritmo acelerado nos últimos tempos. Terremotos na Turquia e na Grécia; tufões e inundações no México e na Índia, deixando dezenas de milhões de desabrigados; os massacres na Chechénia e na África Central; a fábrica da morte em comprimidos; a fuga da radiação atômica; cadeias de desastres aéreos e ferroviários…; Todos esses são fatos que fazem você pensar. As tristes previsões para o fim do milénio, tantas vezes anunciadas, não significam alguma coisa?

Resposta:Não é fácil responder; é muito mais fácil observar com os olhos da fé. Presenciamos muitos fatos que não são fáceis de relacionar, mas sobre os quais somos levados a refletir. Um primeiro facto é a grande corrupção em que vive a sociedade actual: coloco em primeiro lugar o enorme massacre do aborto, superior a qualquer guerra ou desastre natural; Olho para a imoralidade sexual e profissional pública, que destruiu famílias e apagou os valores mais sagrados; Observo o terrível declínio da fé que reduziu grandemente o número de sacerdotes, muitas vezes também em termos de qualidade e impacto apostólico. E vejo o uso do ocultismo: mágicos, videntes, seitas satânicas, espiritismo... Por outro lado, sou mais cauteloso ao considerar os tão alardeados “castigos” do final do século. O terceiro segredo de Fátima não foi publicado e todas as versões atuais são falsas. A profecia “Finalmente o meu Imaculado Coração triunfará, a Rússia se converterá e um tempo de paz será dado ao mundo” permanece válida. É, portanto, uma profecia de esperança. Muitas outras profecias privadas, que levam a uma “vinda intermediária de Cristo”, me deixam completamente indiferente. Olhando para os factos relatados pelo escritor, eu diria que não é Deus quem pune a humanidade, mas a humanidade quem ataca a si mesma. É claro que, se se esperam acontecimentos dolorosos para o final do nosso milénio, estamos a vivenciá-los em plenitude: a fuga da radiação atómica, as pílulas mortais, as manipulações genéticas, demonstram o quanto o homem pode destruir o homem, se perder a referência ao Deus em suas atividades. Mas não podemos esquecer os sinais de esperança, os gestos de generosidade e a mesma confiança com que enfrentamos o Ano Santo. E se quisermos sublinhar um sinal claro, seguro e indiscutível de recuperação, pensemos na “marcha heróica” (como profetizou Dom Dolindo Ruotolo) das viagens do Papa que, embora velho e doente, não perdeu nada do seu carisma de galvanizar os povos que continua a visitar, abrindo perspectivas de fé que pareciam impensáveis. São vislumbres do amanhecer que anunciam um dia ensolarado.

Fonte: Eco di Maria n.148