Os três estágios da oração

A oração tem três etapas.
A primeira é: encontrar Deus.
A segunda é: ouça a Deus.
A terceira é: responda a Deus.

Se você passar por esses três estágios, terá chegado à oração profunda.
Pode acontecer que você nem mesmo tenha alcançado a primeira etapa, a de encontrar Deus.

1. Encontrar Deus como uma criança
É necessária uma descoberta renovada dos grandes meios de oração.
No documento “Novo Millennio Ineunte” o Papa João Paulo II levantou fortes alarmes, dizendo que “é preciso aprender a rezar”. Por que ele disse aquilo?
Como oramos pouco, oramos mal, muitos não oram.
Fiquei chocado, há poucos dias, com um santo pároco, que me disse: “Vejo que o meu povo reza, mas não sabe falar com o Senhor; ela reza, mas não sabe se comunicar com o Senhor ... ”.
Esta manhã eu estava rezando o Rosário.
No terceiro mistério acordei e disse a mim mesmo: “Já estás no terceiro mistério, mas falaste com Nossa Senhora? Você já disse 25 ave-marias e ainda não lhe disse que a ama, ainda não falou com ela! "
Dizemos orações, mas não sabemos como falar com o Senhor. Isso é trágico!
No Novo Millennio Ineunte o Papa diz:
“… Nossas comunidades cristãs devem se tornar autênticas escolas de oração.
É necessário que a educação na oração se torne, de alguma forma, um ponto qualificador de todo planejamento pastoral ... ”.
Qual é o primeiro passo para aprender a orar?
O primeiro passo é este: querer orar realmente, compreender com clareza qual é a essência da oração, lutar para chegar lá e adquirir hábitos novos, constantes e profundos de oração autêntica.
Portanto, a primeira coisa a fazer é desaprender as coisas erradas.
Um dos hábitos que temos desde a infância é o hábito da oração sem palavras, o hábito da oração vocal distraída.
Ficar distraído de vez em quando é normal.
Mas distrair-se rotineiramente não é normal.
Pense em certos rosários, alguns cânticos distraídos!
Santo Agostinho escreveu: "Deus prefere o latido dos cães ao canto distraído!"
Não temos treinamento de concentração suficiente.
Dom Divo Barsotti, o grande místico e mestre da oração dos nossos dias, escreveu: “Estamos habituados a ser invadidos e dominados por todos os pensamentos, enquanto não estamos habituados a dominá-los”.
Este é o grande mal da vida espiritual: não estamos acostumados ao silêncio.
É o silêncio que cria o clima de profunda oração.
É o silêncio que ajuda a entrar em contato conosco.
É o silêncio que se abre para a escuta.
Silêncio não é ficar em silêncio.
O silêncio é para ouvir.
Devemos amar o silêncio por amor à Palavra.
O silêncio cria ordem, clareza, transparência.
Digo aos jovens: “Se você não chegar à oração do silêncio, nunca chegará à verdadeira oração, porque não descerá à sua consciência. Você tem que aprender a valorizar o silêncio, amar o silêncio, treinar-se para o silêncio ... "
Não treinamos para concentração.
Se não treinarmos a concentração, teremos uma oração que não vai ao fundo do coração.
Tenho que encontrar um contato interno com Deus e continuamente restabelecer esse contato.
A oração ameaça continuamente se transformar em puro monólogo.
Em vez disso, deve se tornar uma entrevista, deve se tornar um diálogo.
Tudo depende da lembrança.
Nenhum esforço é perdido para este fim e mesmo que todo o tempo de oração passe apenas em busca de recolhimento, já seria rico em oração, porque reunir significa estar desperto.
E o homem, em oração, deve estar acordado, deve estar presente.
É urgente plantar as idéias fundamentais da oração na cabeça e no coração.
A oração não é uma das muitas ocupações da época.
É a alma de todo o dia, porque a relação com Deus é a alma de todo o dia e de todas as ações.
A oração não é um dever, mas uma necessidade, uma necessidade, um dom, uma alegria, um descanso.
Se eu não chegar aqui, não vim orar, não entendi.
Quando Jesus ensinou a oração, ele disse algo de extraordinária importância: “... Quando você orar diga: Pai ...”.
Jesus explicou que orar é entrar em uma relação afetuosa com Deus, tornar-se filhos.
Se alguém não se relaciona com Deus, não ora.

O primeiro passo na oração é encontrar Deus, entrar em uma relação afetuosa e filial.
Este é um ponto em que devemos lutar com todas as nossas forças, porque é aqui que se realiza a oração.
Orar é encontrar Deus com um coração caloroso, é encontrar Deus como filhos.

“… Quando você orar diga: Pai….”.