Medjugorje: que estilo damos à peregrinação? Nossa Senhora nos pede...


Que estilo damos à peregrinação?
Nossa Senhora muitas vezes nos pede humildade para parar e nos perguntar: para onde vou? Como eu estou indo? Com quem vou?

É preciso humildade para inverter as coisas e voltar ao caminho certo. É preciso humildade para atribuir a Deus todo mérito e vitória, reconhecendo os próprios limites, a fraqueza humana, a necessidade de se renovar continuamente. São reflexões que venho desenvolvendo há algum tempo, especialmente desde que Nossa Senhora nos exortou a prepararmo-nos para o 24º aniversário das suas aparições. Estas são reflexões que gostaria de partilhar com todos aqueles que, sacerdotes, religiosos e leigos, foram chamados por Nossa Senhora para a aventura particular chamada Medjugorje. Já há algum tempo a Gospa nos convida a “renovar”; Ela que vê, ouve, observa e tenta nos ajudar a responder da melhor forma ao seu chamado. Existe o risco, mesmo no sagrado, de nos habituarmos, de nos adaptarmos, de não experimentarmos a alegria da novidade como nos primeiros tempos; ou reduzir tudo ao nosso ritmo, aos nossos hábitos, às nossas fraquezas, ao devocionismo ou a uma religiosidade infantil...

Certa vez perguntei ao então novo e jovem pároco de Mostar se ele já tinha ido a Medjugorje. Ele respondeu, distanciando-se: “Uma coisa é ir, uma coisa é acreditar!”. Gostaria de sugerir aos guias de peregrinação que deixassem de lado os planos, horários e datas das próximas peregrinações por um tempo, sentassem-se num lugar solitário e contemplassem através de um ato de fé. No estilo eucarístico a primeira coisa a fazer é pedir perdão ao Senhor pelos obstáculos colocados, mesmo que de boa fé, à obra de Nossa Senhora.

“Ajude-me a ajudá-lo”, diz Maria. Sempre ajudamos Nossa Senhora? Será que colocamos em primeiro lugar o nosso sucesso pessoal, o nosso egocentrismo, o nosso ganho espiritual e material, vendo que estava indo bem? Não se torne um local de peregrinação onde a vertente turístico-comercial parece prevalecer.

Medjugorje não é tanto uma viagem, mas sim uma escala, um oásis. Nossa Senhora pede-nos que façamos o verdadeiro caminho diante da Eucaristia e nas famílias. Como distinguir-se de um simples operador de turismo religioso ou de um gestor do Sagrado? Que cuidado se tem com os peregrinos sinceramente tocados pela graça através de Maria, entre uma peregrinação e outra? Qual é o papel dos sacerdotes? Em 24 anos, os operadores de peregrinação, os guias com mais ou menos experiência, os sacerdotes acompanhantes, reuniram-se para rezar juntos? Aceitam-se como colaboradores de Maria ou são “rivais de negócios”? Para onde vamos, como vamos, para quem vamos? Pessoalmente, agradeço sinceramente e abençoo todos aqueles que, como pioneiros e ainda hoje, continuam a trabalhar para levar almas à fonte de graça que é Medjugorje. Que o Senhor os recompense por todo o seu trabalho e zelo. Uma grande exortação a todos estes para recomeçarem com humildade, superando o cansaço, o hábito e a rotina com a arma do Rosário, o perdão e a renovação em Deus.