Papa Francisco prega tolerância em visita a Ur no Iraque

Papa Francisco visita o Iraque: Papa Francisco condenou extremismo religioso violento no sábado. Durante uma oração inter-religiosa no local da antiga cidade de Ur, onde acredita-se que o profeta Abraão tenha nascido.

Francisco foi às ruínas de Ur, no sul do Iraque, para reforçar sua mensagem de tolerância e fraternidade inter-religiosa. Durante a primeira visita papal ao Iraque, um país dilacerado por divisões religiosas e étnicas.

“Nós, crentes, não podemos ficar calados quando o terrorismo abusa da religião”, disse ele à congregação. Incluía membros de minorias religiosas perseguidas pelo governo de três anos do grupo do Estado Islâmico em grande parte do norte do Iraque.

O papa pediu aos líderes religiosos muçulmanos e cristãos iraquianos que deixem de lado as animosidades e trabalhem juntos pela paz e unidade.

Papa Francis

“Esta é a verdadeira religiosidade: adorar a Deus e amar o próximo”, disse ele na reunião.

No início do dia, o Papa Francisco teve um encontro histórico com o principal clérigo xiita do Iraque, o grande aiatolá Ali al-Sistani, fazendo um poderoso apelo pela coexistência em um país dilacerado pelo sectarismo e pela violência.

O encontro deles na cidade sagrada de Najaf foi a primeira vez que um papa encontrou um clérigo xiita tão idoso.

Após a reunião, Sistani, uma das figuras mais importantes do islamismo xiita, convidou os líderes religiosos mundiais a deterem grandes poderes para prestar contas e para que a sabedoria e o bom senso prevaleçam sobre a guerra.

Papa Francisco visita o Iraque: o programa

O programa do papa no Iraque inclui visitas às cidades de Bagdá, Najaf, Ur, Mosul, Qaraqosh e Erbil. Ele vai viajar cerca de 1.445 km em um país onde as tensões persistem. Onde, mais recentemente, a praga Covid-19 levou a um número recorde de infecções.
Papa Francesco ele viajará em um carro blindado entre as habituais multidões que se aglomeram para ver o líder da Igreja Católica. Às vezes, ele será obrigado a viajar de helicóptero ou avião sobre áreas onde jihadistas pertencentes ao grupo do Estado Islâmico ainda estão presentes.
O trabalho começou na sexta-feira com um discurso aos líderes iraquianos em Bagdá. Abordando as dificuldades econômicas e de segurança enfrentadas pelos 40 milhões de iraquianos. O papa também discute a perseguição à minoria cristã do país.


O sábado foi oferecido na cidade sagrada de Najaf pelo Grande Aiatolá Ali Sistani, a mais alta autoridade para muitos xiitas no Iraque e em todo o mundo.
O papa também fez uma viagem à antiga cidade de Ur, que segundo a Bíblia é a cidade natal do profeta Abraão, figura comum às três religiões monoteístas. Lá ele orou com muçulmanos, yazidis e Sanaesi (uma religião monoteísta pré-cristã).
Francisco continuará sua jornada no domingo na província de Nínive, no norte do Iraque, berço dos cristãos iraquianos. Ele irá então para Mosul e Qaraqoch, duas cidades marcadas pela destruição de extremistas islâmicos.
O pontífice concluirá sua viagem presidindo no domingo uma missa ao ar livre na presença de milhares de cristãos em Erbil, capital do Curdistão iraquiano. Este reduto muçulmano curdo ofereceu refúgio a centenas de milhares de cristãos, yazidis e muçulmanos que fugiram das atrocidades do grupo do Estado Islâmico.