Por que devemos orar aos santos da Igreja?

Cada um de nós já no momento da concepção, já desde a eternidade está inserido no plano de Deus Conhecemos bem a história de São Paulo que durante muitos anos viveu como "Saulo" perseguindo os cristãos. Então Deus o chamou, o despertou e houve uma rápida mudança de vida nele. Quando Deus nos chama, ele nos agarra, ele o faz para fazer renascer em nós o novo homem, para despertar em nós a nova criatura prevista para a eternidade no plano de salvação; e toda graça tende a despertar nossa originalidade. Não podemos deixar de sublinhar esta necessidade que está na base da nossa vida espiritual: manifestar-nos na nossa originalidade, como estamos em Deus. Não me refiro aqui à originalidade de que falam os homens, mas à originalidade em Deus, à imagem que Deus tem uma marca em nós desde a eternidade e isso devemos tentar realizar em nós mesmos. E para isso devemos saber ouvir a Deus, saber viver a união plena com Deus, como os santos viveram.

Jesus veio ao mundo para destruir toda divisão entre nós e Deus e toda divisão que vivemos em nós mesmos. As divisões, as fendas que carregamos dentro de nós são muitas: quando dizemos que é impossível reconciliar com uma pessoa, significa que há uma "divisão" em nós; quando tentamos deixar de lado coisas que não queremos ouvir ou pensamos que certas situações são impossíveis de resolver, significa que há divisão em nós. Deus nos convida a ser reconciliados em Jesus Cristo, a dar-lhe tudo porque ele é a nossa reconciliação. Bem sabemos que todos os dias, quando tentamos viver este caminho de reconciliação connosco e com Deus, nos deparamos com as nossas limitações, a nossa impotência e procuramos ajuda olhando para o céu.

Por que rezamos a Nossa Senhora? Por que nos consagramos a ela? Por que rezamos para São Miguel, os anjos, os santos? A este respeito, é bom ler o que nos diz São Paulo: «Já não sois estranhos nem hóspedes, mas concidadãos dos santos e familiares de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas e tendo o próprio Cristo Jesus como pedra angular. "(Ef 2,19: 20-XNUMX). Quanto mais nos unimos à Igreja universal, a Igreja do céu, mais somos ajudados nas nossas fraquezas, e por isso rezamos aos anjos e aos santos, para isso invocamos antes de tudo o Coração Imaculado de Maria, porque ninguém jamais poderá nos ajudar tanto quanto Ela. Devemos nos conscientizar cada vez mais de que a comunhão com a Igreja do céu fortalece a união em nós, fortalece nossa união com Deus e nos ajuda a nos tornarmos instrumentos de reconciliação para os que estão longe, para as almas do purgatório, para aqueles que sofrem de influências satânicas, para aqueles que têm apenas um mínimo de boa vontade e precisam da ajuda de seus irmãos. Jesus deseja trabalhar em nós a cada momento, deseja nos reconciliar e reconciliar o mundo através de nós, mas só pode fazê-lo se a nossa alma estiver aberta. Nossa alma muitas vezes se fecha na provação, quando a provação nos pede para experimentar algo diferente do que havíamos previsto e planejado. Bem-aventurados nós se, como os santos, sabemos confiar em Deus também nas provas, se sabemos acolher as provas como um dom, como uma missão, se nas provas sabemos ser sinais e instrumentos de reconciliação para o mundo.